Tobias Barreto: a época e o homem. (em apêndice o Discurso em mangas de camisa com as notas e adições)

do agravo de instrumento, da comédia forense sobre se "a apelação deve ser recebida em um só ou em ambos os efeitos, se tal coisa é fato, se tal coisa é direito", os "máximos problemas" da filosofia? Como conciliar esses nonadas, que mais lhe pareciam brinquedo de meninos - "curro, curro, eu entro; com quantos? Sapatinhos de Judeu, qual de riba, qual de baixo"? - com as graves indagações do espírito? Pobre Tobias! Ele mesmo confessava que não tinha jeito para "esse negócio". Era peixe de outras águas, pássaros para outros voos.

Há de sua parte, já bacharel, a tentativa obscura da fundação de um colégio no Recife. Não vingou, é de positivo o que se sabe. Tendo vivido até então do magistério, é bem possível, entretanto, que as perspectivas de uma carreira pública mais brilhante e mais de acordo com o seu temperamento o levassem a fechar as portas do colégio.

Resolve, então, mudar-se para Escada.

Esta mudança, parece-me o ato mais calculado da vida de Tobias.

Pela natureza das atividades que sempre exercera, Recife oferecia-lhe outro campo. Para o jornalismo, para o ensino, para a advocacia, em tudo, a capital sobrepujava a cidade do interior. Que o levara a transportar-se para aquele feudo açucareiro e escravocrata, interrompendo uma tradição que

Tobias Barreto: a época e o homem. (em apêndice o Discurso em mangas de camisa com as notas e adições) - Página 31 - Thumb Visualização
Formato
Texto