Tobias Barreto: a época e o homem. (em apêndice o Discurso em mangas de camisa com as notas e adições)

Se por obra e graça de feio ardil conseguem que certa parte queixosa lhe retire os poderes para defendê-la, precisamente no momento em que, da tribuna do júri, discutia a questão preliminar, não se retira sem exprobrar tal procedimento, terminando suas palavras por um trecho de Beaumarchais, que ao caso calhava e cujas últimas palavras eram et la canaille dernière.

Ainda não descera da tribuna e já um dos advogados contrários exclamava para a assistência que Tobias acabava de insultar o povo "naqueles versos em francês". Ele, então, replica mordaz: "Beaumarchais passando por ter feito versos! E quem o diz é uma das notabilidades intelectuais desse D. Pernambuco Cavalcanti d'Albuquerque, onde os barões são pobres e os negros conservadores!"

Dotado de índole expansiva, gostava de cantar, de dançar, de namorar, de divertir-se nas festas dos engenhos. Conservou sempre a sede de prazer, o diapasão boêmio, tomando o seu bem onde lhe aprazia, sem medir conveniências. Contrastava o seu procedimento com o de indivíduos de sua posição ou, que possuíam as mesmas ambições.

Na pequena Escada, que advogado era este que troçava e xingava os magistrados, que político era este que criticava desde o imperador ao diretório local do seu partido, que homem sério, casado, pai

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