Tavares Bastos (Aureliano Cândido): 1839-1875

Não veio para o crime por um desses imperativos selvagens de honra sertaneja, vingando uma afronta terrível, a morte de um pai ou de um irmão, ou reivindicando algum direito, sacrificado pela justiça dos poderosos.

O bandido do nordeste é quase sempre, originariamente, uma vítima do Estado. O primeiro crime vem como um violento impulso punitivo, daí por diante tudo mais se explica.

Não confiando na lei dos homens, faz-se o próprio justiçador. Mata por vingança, mata depois para se defender e vai rolando assim até chegar ao profissionalismo hediondo.

O eminente advogado francês, Moro-Giafferri, numa brilhante conferência, mostrou como o banditismo da Córsega nasceu das imperfeições da justiça: "En Corse, c'est la defaillance du juge qui a crée les bandits. L'amour de la justice, le sentiment que ceux qui en étaient chargés ne savaient pas la rendre, ont fini par persuader lee hommes de là-bas qu'il fallait être isole pour être libre qui mieux valait, aprés s'être signé, invoquer la protection du ciel et se battre".

Vicente de Paula, apesar de impelido pelos mesmos instintos, derivava, no entanto, de origens diferentes.

Surgiu pela primeira vez da confusão dos motins políticos em Pernambuco, em consequência do movimento restaurador, apoiado pelo partido - Columna - entre cujos inspiradores se encontrava o magistrado Gustavo Adolpho de Aguilar Pantoja. Deflagrada a

Tavares Bastos (Aureliano Cândido): 1839-1875 - Página 70 - Thumb Visualização
Formato
Texto