Tavares Bastos (Aureliano Cândido): 1839-1875

de piedade cristã que enternece. A humildade, o devotamento, o heroísmo modesto, de que se revestiu tão nobre missão, revelam a grandeza de alma do prelado ilustre.

Levava ele a palavra de Deus e a promessa de anistia.

Divulgada a notícia da presença do dignitário da Igreja, nas proximidades das zonas conflagradas, e conhecidos os propósitos que o arrastaram até lá, enchem-se de estupefação os cabanos, que começam a duvidar de que se tratasse de um bispo de verdade, supondo uma mistificação e um ardil do governo. Observa assim D. Perdigão, no seu diário: - "...parecendo-lhes impossível que eu me tivesse sujeitado a tantos incômodos, privações e riscos de vida por sua causa, imaginando ser bispo fingido pelo Governo para os ilaquear. Tal é a sua esperteza, posto que dotados de muita rusticidade".

No dia 27 de março, lê-se no Itinerario: "Neste dia escrevi a Vicente Ferreira de Paula, chefe dos cabanos, e segunda vez ao padre José Antonio, persuadindo-os a que se apresentassem".

O soberano das matas não atende ao príncipe da Igreja. Negaceia o caudilho, e sob vários pretextos adia a entrevista, enquanto a ação suave e a bondade do prelado vão conseguindo alguns triunfos. Se aquele novo Evangelho nas Selvas não se coroou de

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