Tavares Bastos (Aureliano Cândido): 1839-1875

Homem do litoral, José Tavares Bastos teria que desenvolver uma atividade mais extensa e menos profunda, por isso mesmo dispersiva. Teria que atuar diretamente sempre sobre os mais diversos agrupamentos - adventícios uns, incoerentes outros - sem nada de comum entre eles a não ser as paixões momentâneas.

Tribuno e jornalista, dispunha, não há negar, de dois instrumentos fáceis de captação popular, mas na verdade ingratos, por exigirem constante subordinação de quem os maneja aos apetites mais exigentes. O prestígio de José Tavares Bastos precisava refazer-se cada dia, pelo milagre da ação pessoal, pelo ato da presença contínua, pelo contato febril das multidões.

Não tendo os fundamentos em que se apoiava o adversário, o chefe dos Lisos como que era forçado a uma notoriedade quotidiana, reavivada sempre por incidentes dramáticos, de modo a manter a mesma exaltada sensibilidade coletiva. Mas tudo isso não poderia durar muito.

Para Sinimbú, o isolamento seria um tonificador e dele emergiria mais forte.

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Os anos passaram. E José Tavares Bastos reelege-se na legislatura imediata, legislatura que não chegou ao fim, logo fulminada pela dissolução. A Província durante todo esse período não conheceu tranquilidade. Os dois irmãos Moraes, filhos do vigário

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