Gênese social da gente bandeirante

da hipótese científica, fatalmente difere porque não pode ser ratificada pela experiência. Essa imaginação é quase sempre de ordem psicológica, porque preferentemente se exerce na interpretação dos motivos morais, na interpretação de pessoas, no que menos registrado ficou nos documentos". (Fidelino de Figueiredo - O Espírito Histórico). Sugere ela assim muita coisa e nada quase devassa. E se a história ganha, por essa forma, em colorido, emotividade e beleza, perde, por outro lado, em força, vida e movimento.

Isso verificamos ao iniciar as pesquisas referentes à gênese social da gente bandeirante. Assaltou-nos, muitas vezes, a impressão flagrante de palmilhar o vácuo, de haver perdido os horizontes arejados, de romper o contato com a realidade ambiente. Essa impressão plenamente se justifica. Incompletas como se acham, em pontos de magna importância, as Atas da Câmara da Vila de Santo André da Borda do Campo e as Atas da Câmara da Vila de São Paulo, muitos acontecimentos ficaram, para sempre, no terreno vago das conjeturas insinuantes. Assim desconhecemos o começo da vida social e administrativa de ambos os povoados quinhentistas. Ignoramos também como se processou a transferência dos andreenses para junto do colégio dos Jesuítas, a cavaleiro do Anhangabaú e do Tamanduateí. E sabemos, tão semente, que São Paulo de Piratininga continua, no tempo e no espaço, a existência social e administrativa de Santo André da Borda do Campo.

Muito embora as probabilidades sugeridas por alguns historiógrafos procurem divulgar o contrário da observação acurada e atenta dos fenômenos sociais dessa época, a imaginação com elas se delicia e delicia inteligências desprevenidas. No entanto, outro foi o rumo seguido por nós quando começamos a colher

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