Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T1

A confiante amizade que S.s. nos dispensou permitiu-nos consultar demoradamente os arquivos paternos, ler minuciosamente as cartas trocadas com políticos da época e apreender certos aspectos pouco divulgados da política paulista, mormente no tocante a episódios e aos bastidores da Valorização do Café.

Parte da época em que Jorge Tibiriçá militou em planos de relevo coincide com o chamado período da hegemonia paulista na República. Período precedido de lutas e choques que reputamos útil recordar, sobretudo através de ligeiro retrospecto da revolução de 1893, ensanguentada pela campanha federalista no sul e a revolta da Marinha. Ensinamentos do passado até hoje bem instrutivos para interpretar muitos fenômenos brasileiros.

Acerca dessa quadra de agitações, pudemos consultar detidamente a magnífica série de artigos de Aristides Lobo nas coleções do Diário Popular. Documentação quotidiana transmitida com preocupação de inteira objetividade jornalística apesar da paixão republicana do autor.

A esses tumultos sucederam felizmente alguns anos de normalização constitucional. E por isso grande erro é tachar de hegemonia paulista a esse incomparável espírito público e senso de responsabilidades que assinalaram os benéficos quatriênios de Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves. Era de pacificação, restauração financeira e imponentes realizações materiais. Muito lucrou o Brasil com essa fase paulista da República, caracterizada pela hegemonia do bom senso e da probidade.

Não podiam deixar de ser relembradas essas administrações fecundas, nem que fosse em resumo e com o

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