Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T2

Tibiriçá, numa demonstração de apreço popular, afirmara que a consciência lhe dizia haver ele tudo feito pelo Estado de São Paulo.

Essa pureza de intenções e o culto sincero do interesse público valeram-lhe a estima dos seus conterrâneos, testemunhada de uma forma que pairou bem acima das manifestações superficiais de grupos ou de elogios simplesmente partidários.

As personalidades que dignificam o mandato popular recebem um dia ou outro, em vida ou postumamente, a sentença infalível da opinião.

Tibiriçá citava às vezes esta frase de um escritor francês: "Le temps qui, à ce qu'il paraît, est un gallant homme, finit toujours par dire la vérité à tout le monde".

A crua e implacável verdade será dita em vida ou marcará a memória dos que alcançaram falsos e imerecidos aplausos granjeados pela fealdade da mentira ou da corrupção. Há uma lista negra da história, infalível, que proscreve do culto cívico das massas os infratores das boas normas de decência e probidade.

Mas aqueles que sabem honrar os deveres da causa pública, que a ela se devotaram com sacrifícios e renúncia de vaidades, de alma e de mãos limpas, serão reverenciados como numes tutelares da Pátria. E os povos sempre reconhecem, sobretudo nos dias de ceticismo e desânimo, que sem o coroamento de uma insuspeitável moralidade, não existem políticos dignos desse nome.

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