Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T2

CAPÍTULO X

Na recapitulação sumária dos acontecimentos relativos à revolta de 1893-4, tivemos a ocasião de frisar a inteira adesão de Jorge Tibiriçá à causa florianista, esposada pela quase totalidade dos republicanos de São Paulo, por lhes parecer indubitavelmente a causa da ordem e da salvação da República.

Jorge Tibiriçá, espírito calmo e refletido, desgostara-se muito com os excessos a que foram conduzidos partidários e adversários de Floriano. Queria naturalmente que o governo constituído pelo Marechal em defesa do regime e que visara ao restabelecimento do poder Legislativo dissolvido por Deodoro, abafasse a revolta por um princípio de ordem, sem, todavia, cair na exaltação a que se viram arrastados muitos elementos, não tanto por amor à República quanto em defesa da atitude pessoal que haviam tomado. Para Tibiriçá, a luta separava os republicanos fiéis à legalidade dos republicanos extraviados e levados sem razão para o campo insurrecional, modo de agir contrário ao espírito democrático e que encaminharia o país para os processos do caudilhismo latino-americano. Os velhos republicanos históricos aspiravam a um regime forte, de autoridade bem assentada, pois sempre alegavam a instabilidade dos gabinetes da monarquia. Em face da revolta do sul e do levante da Marinha sentiram-se profundamente abalados e por isso optaram pela intransigência de Floriano, certos

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