Jorge Tibiriçá e sua época (1855-1928) T2

Jorge, dos quais três faleceram, sobrevivendo Jorge Tibiriçá Filho. Os últimos filhos foram Antônio e Paulo.

Diremos mais tarde algo dessa descendência, entre a qual encontramos pessoas, de relevo social, que mantiveram e ainda mantêm, nos cargos e atividades a que se consagraram, o renome de um ilustre tronco paulista.

Jorge Tibiriçá, que prezava o lar acima de tudo, sofreu grandemente com o falecimento em tenra idade dos três mencionados meninos de nome Jorge. Esses golpes o feriram dolorosamente, sobretudo um deles, dada as circunstâncias particulares em que se deu a perda da criança.

Nos últimos dias do seu governo em São Paulo, que assumira como sabemos por decreto do chefe do Governo Provisório da República, Marechal Deodoro, no meio das atribulações da política e dos incidentes que ameaçavam o regime recém-proclamado, adoeceu o menino e coincidiu piorar muito o seu estado justamente no dia em que era lavrado o arbitrário decreto de exoneração de Jorge Tibiriçá.

O gesto impulsivo de Deodoro magoou muito Jorge e esse aborrecimento se acumulou à aflição do pai diante do pequenino enfermo, mormente quando teve de deixar rapidamente o palácio onde residia e procurar às pressas uma habitação para mudar-se, o que obteve graças à casa emprestada por um amigo. No correr dessa mudança, mal se havia instalado a família na moradia provisória, faleceu o menino. O que mais acentuou o sofrimento de Jorge, nesse transe, foi saber que um padre, irritado com o governante que havia retomado para o Estado a Igreja do Colégio, exclamou do púlpito que a morte da criança era um castigo divino para o pai, apontado como ateu e inimigo da religião.

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