Poderíamos perguntar, entretanto, que importância tem a menor estatura para a adaptação do homem ao ambiente tropical. Apesar da qualidade inferior da dieta e das suas condições de vida, os meninos panamenhos, aos 17 anos de idade, eram, em média, apenas oito centímetros mais baixos, e 7,8 quilos mais leves do que os americanos que viveram no Panamá menos de um ano. Uma dieta equivalente e padrões de vida mais altos entre os panamenhos, forçosamente, reduziriam a diferença existente entre os meninos panamenhos e os americanos. Além disso, a altura média dos meninos panamenhos aos dezessete anos era 1,67 metros - perfeitamente dentro dos limites de variação individual dessa mesma idade no grupo (latino) do Mediterrâneo que vive na zona temperada. Nem a altura, nem o peso do indivíduo têm qualquer correlação com a capacidade mental e a aquisição de cultura. Têm existido homens, excepcionalmente dominadores e enérgicos, extremamente baixos ou excessivamente altos. Os egípcios, um povo que tem a seu crédito inúmeras contribuições culturais, eram sabidamente baixos e fisicamente leves. Todos os grupos raciais estão sujeitos a modificações decorrentes da influência do ambiente, como é o caso dos filhos de imigrantes nos Estados Unidos que são mais altos do que seus pais. Essas modificações não têm qualquer correlação com suas aptidões culturais. A importância desses estudos da biologia tropical é ter demonstrado que o clima tropical, como qualquer outro clima, requer do homem certos engenhos e hábitos que facilitem a habitação humana e o desenvolvimento cultural. Parece estar provado, por exemplo, que, nos trópicos, o homem necessita ingerir menos calorias, uma dose diferente de vitaminas, vestimentas especiais para o proteger contra o sol e outros equipamentos apropriados, como os que usamos contra o frio.