Hiléia Amazônica

PREFÁCIO

ENQUANTO prepara obra de outro teor e com golpe de vista mais amplo sobre a região amazônica, mas que lhe vem exigindo pacientes e demoradas pesquisas, pensou o autor realizar um álbum em que se assinalassem alguns dos aspectos mais peculiares à flora, fauna, arqueologia e etnografia indígena da mesma região.

Trabalho essencialmente iconográfico, acreditou-se, de início, que o seu texto, adstrito à explicação das estampas, não comportasse mais do que algumas linhas ou, quando muito, uma página, relativa ao material apresentado. Sobre a Amazônia, entretanto, é quase impossível dizer pouco e, por maior que lhe fosse o desejo de concisão, viu-se o autor na contingência de escrever mais do que queria, à medida que, sob a sua orientação, iam sendo executadas as pranchas aquareladas. Por outro lado, seria muito difícil preferir esta ou aquela flor, escolher uma ave entre centenas, ou admirar particularmente um vaso de cerâmica ou enfeite de plumária se, previamente, não se dissesse algo de mais geral, ainda que de maneira muito sucinta, sobre cada um dos temas que constituem matéria para quatro capítulos distintos.

Não deixará de causar certa estranheza que num só e único tomo se compendiem assuntos tão diversos, ainda que nesse conjunto, ou melhor, variegado mostruário de curiosidades amazônicas, esteia, talvez, a sua principal originalidade. É que até então - já se vê que no caso presente a referência visa apenas a trabalhos de igual escopo - não há contar senão com o ÁLBUM, de Goeldi, em relação às aves, e o ARS AMERICANA, de Nordenskiöld, que se cinge à arqueologia. Se muito breve será dado a público o ensaio de Eládio Lima, também copiosamente ilustrado, sobre os macacos da região, muito ainda se fica a dever a outros

Hiléia Amazônica - Página 12 - Thumb Visualização
Formato
Texto