Bacairi (índio) - Família Caraíba. São os seus representantes mais meridionais. Habitam as cabeceiras do Xingu, nos rios Curisevo, Tamitoatá ou Batovi, e também nas cabeceiras do Tapajós: rios São Manuel, Paranatinga e Arinos.
Bagre (peixe) - Gêneros Tachysurus, Genidens e Felichthys. Fam. Ariídeos.
Balaio - Cesto de forma circular, sem tampa. Dir-se-ia uma peneira, se o seu tecido não fosse tão cerrado. Sin.: apá, tigela.
Balata (árvore) - Mimusops bidentata A. DC. Entre todas as nossas Sapotáceas produtoras de latex, é esta a que fornece o melhor produto, tão bom ou superior à guta-percha do Oriente, obtida também de uma Sapotácea, a Dichopsis gutta. Assim, devemos tê-la como a balata verdadeira, embora sempre na mesma família e tanto ainda no gênero Mimusops, como em outros, Lucuma, Ecclinusa e Sideroxylon, existam árvores balateiras, que lhe fazem concorrência. Entre as Mimusops estão as "maçaranduras" (Mimusops amazonica Hub. nov. spec. e Mimusops data Freire Alemão) e as "maparajubas" (Mimusops maparajuba Hub. e Mimusops paraensis Hub.). As "balateiras" dos gêneros Lucuma e Ecclinusa são vulgarmente conhecidas por abiuranas e as do gênero Sideroxylon se distinguem por fornecer uma goma ligeiramente rosada. Ao produto conseguido dessas falsas "balateiras" (balata fraca, balata inferior) chamam no Pará cuquirana, e no Amazonas ucuquirana. Vale lembrar que entre todas essas falsas balateiras há quatro cujo latex bastante se recomenda como competidor da balata verdadeira. São elas a Lucuma gutta Ducke n. sp., conhecida vulgarmente por abiurana guta, as duas maçarandubas citadas mais acima, e uma das maparajubas também referidas, a Mimusops paraensis Hub., mas na sua variedade discolor.
Bálsamo-do-peru (árvore) - Myroxylon peruiferum L. Leguminosas. Bambu - Guadua latifolia, G. angustifolia e outras espécies. Gramíneas. Sin.: taboca.
Bará (índio) - Família Tucano. Tribo do grupo oriental dessa família. Vive nas cabeceiras do rio Tiquié, afluente do Uaupés, por sua vez contribuinte do rio Negro.
Barba-de-bode (planta herbácea) - Bulbostylis paradoxa e outras espécies (Ciperáceas) e também Eragrostis reptans (Gramíneas).
Barba-de-velho (planta epífita) - Tillandsia usneoides (Bromeliáceas) e Andropogon virginicus (Gramíneas). Esta última não se encontra na Amazônia. Barbado (símio) - Alouata seniculus e outras espécies. Fam. Cebídeos, subfam. Micetíneos. Sin.: bugio, guariba.
Barbasco (arbusto) - Clibadium biocarpum Mart. Compostas.
Barrigudo (símio) - Lagotrix lagotricha e L. infumata. Fam Cebídeos.
Batata-doce (planta herbácea rasteira) - Ipomoea batatas Lamb. Convolvuláceas.
Batuira (ave) - Bartramia longicauda. Ord. Caradriiformes. Fam. Escolopacídeos.
Baunilheira (cipó) - Vanilla aromatica Swartz. e outras espécies. Orquidáceas.
Bicho-de-pé (inseto) - Tunga penetrans. Ord. Sifonápteros.
Biguatinga - V. Anhinga.
Boiana - V. Sucuri.
Boto - Mamífero da ordem dos Cetáceos odontocetos. Fam. Delfinídeos e Platanistídeos.
Boto-preto (cetáceo) - Sotalia tucuxi. Fam. Delfinídeos. Sin.: piraiauara, pirajagoara, tucuxi.
Boto-vermelho (cetáceo) - Inia Geoffroyensis. Fam. Platanistídeos. Sin: oiara, uiara. Reina certa confusão na designação vulgar dos botos. Para os zoólogos, boto-vermelho é o boto-preto ou tucuxi, enquanto que o boto-vermelho, ou uiara passa a ser boto-branco. É possível que o boto preto tenha uma tonalidade pardo-violácea do lado ventral, conforme assinala Von Ihering, mas o que não resta dúvida é que a uiara, o cetáceo em torno do qual correm tantas lendas na Amazônia, é de um colorido bem vermelho, tirante ao alaranjado.