Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume II

pelo desespero, pelo medo e pela sede de vingança, perdente a vida o capitão e os seus companheiros. O objetivo dessas correrias era não somente a caça de escravos, como também pesquisas de minas.

A mais importante das entradas, que se seguiram na região, foi a de Cristovam da Rocha, à testa de pernambucanos, que num caravelão desceu a costa para se encontrar com os baianos de Rodrigo Martins. Consta que nesta ocasião se deu o descobrimento da soberba cachoeira de Paulo Afonso, cantada pelos poetas, admirada de todos que a veem, joia do sertão ribeirinho do S. Francisco. Não podia, entretanto, dar bom fruto uma expedição composta de elementos tão heterogêneos, e as desavenças surgidas na hora da partilha dos escravos separaram os elementos das duas capitanias. Falharam as esperanças que os pernambucanos depozitavam na entrada, ao passo que do lado sergipano Cristovam de Barros era mais bem-sucedido, abrindo o caminho da Bahia ao baixo S. Francisco, semeado de ilhas onde habitavam os Obacoatiara, que "têm casas como cafuas debaixo do chão", escrevia Gabriel Soares, caminho que dava acesso a terras povoáveis, e defesa contra os franceses que aí costumavam traficar.

Estimulados pelo êxito que obtinham na parte sergipana, os baianos multiplicaram incursões nas margens do rio que os separava da capitania duartina.

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