tendo Vossa Mercê todo esmero de fazer ao governo imperial todas as comunicações que julgar interessantes sobre as províncias por onde passar."(25) Nota do Autor
Assim, na suposição de que o diplomata conseguiria atravessar os Andes, da Argentina ao Chile, onde, por força da viagem, seria obrigado a demorar-se algum tempo, é que as instruções foram concebidas. Por isso, nelas determinava Aracati a Ponte Ribeiro o que lhe competia fazer no Chile, início de sua missão. No caso de aí encontrar ambiente favorável, quando de passagem por Santiago, entregaria ao ministro das relações exteriores uma carta do seu colega brasileiro, o que lhe daria oportunidade para "insinuar àquele ministro os vivos desejos que tem o governo imperial de animar e estreitar as relações políticas e comerciais dos dois países." Se, depois de lida a carta, a resposta, que lhe desse o ministro, demonstrasse aqueles mesmos desejos amistosos, Ponte estava autorizado a ir além, entregando-lhe a credencial que levava e o acreditava junto ao governo do Chile, como encarregado de negócios, interino.
Tudo isso, porém, era de ser feito na forma seguinte, que lhe prescreviam as instruções: "Com toda a dexteridade e delicadeza lhe asseverará que se acha autorizado para desenvolver o carácter de encarregado de negócios interino deste Império no Chile."
O Chile, no entanto, era um incidente de viagem, pois se destinava a missão, principalmente, ao Peru. Com esta república manteve o primeiro reinado as relações mais cordiais. Já estivera no Rio de Janeiro, em 1827, um representante peruano, D. José Domingues Cáceres, que chegara a propor, em nome de seu governo, as bases para um tratado de limites. Nesse sentido escrevera ele ao Marquês de Queluz, então ministro,