CAPÍTULO I
DE CIRURGIÃO A DIPLOMATA
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Foi uma vida de trabalho, movimentadíssima e interessante, consagrada inteiramente ao Brasil, a de Duarte da Ponte Ribeiro. Nasceu em Portugal, na freguesia de São Pedro de Pavolide, Bispado de Viseu, no dia 2 de março de 1795. Seus pais, o cirurgião João da Costa Queiroga da Ponte Ribeiro e D. Ana da Ponte Ribeiro, destinaram-no desde muito cedo à carreira paterna.(1) Nota do Autor
Napoleão, porém, que, no começo do século passado, se não cansara em confundir os reis e os príncipes, transfigurados em fantoches de um imenso guinhol, tanto mexeu e remexeu que foi, indiretamente é verdade, bulir com muita gente estranha, na maior parte, aos seus cálculos políticos, dando-lhe nova feição à vida. Foi um exemplo a invasão de Portugal pelos exércitos de Junot. Não só a Rainha, o Príncipe Regente, a Princesa e demais membros da família real, secretários de estado, dignitários e funcionários da corte, viram-se forçados a deixar apressadamente Lisboa à procura de seguro abrigo no Brasil, mas também os seguiram na fuga, por circunstâncias muito especiais, pessoas que se não intrometeram nunca em política. Encontrava-se entre estas últimas Duarte da Ponte Ribeiro, menino de doze anos apenas, obrigado a acompanhar o seu mestre, ilustre na época, Joaquim da Rocha Mazarem,