Um diplomata do Império - Barão da Ponte Ribeiro

que embarcara como primeiro cirurgião da nau "Príncipe Real".(2) Nota do Autor

Somente em março de 1808, o príncipe D. João instalou-se na cidade do Rio de Janeiro, improvisada em corte. Aí, entre os muitos serviços criados, de grande utilidade para o futuro império, releva notar a instituição, em 5 de novembro do mesmo ano, de "uma escola anatômica, cirúrgica e médica no Real Hospital Militar do Morro do Castelo, antigo Colégio dos Jesuítas".(3) Nota do Autor Nesta escola matriculou-se Duarte no curso de cirurgia, cujo ensino era então subministrado, segundo Martius, de acordo com o seguinte programa: "no 1.° ano, anatomia, química e farmácia; no 2.°, as mesmas matérias e mais fisiologia; no 3.°, higiene, patologia, etiologia e terapêutica; no 4.°, cirurgia e obstetrícia; no 5.°, prática nas clínicas."(4) Nota do Autor

Pouco antes de concluir o curso, designado para substituir o cirurgião do brigue de guerra "São Boaventura", teve Duarte, durante a viagem que fez então a Lisboa, o ensejo de exercer oficialmente a sua profissão. De volta ao Rio, com ótimos atestados abonadores de sua capacidade, obteve, depois de prestar exames finais, a carta de cirurgião em 14 de setembro de 1811. Concluíra em três anos o curso que se fazia normalmente em cinco, talvez porque o iniciasse em Lisboa com o seu mestre Mazarem, antes da fuga coletiva de 29 de novembro de 1807. O novo doutor, ao deixar a escola, contava apenas 17 anos de idade e isso mesmo incompletos.

No início da carreira aceitou Duarte, várias vezes, o cargo de cirurgião de bordo. Inúmeras viagens fez neste posto à Europa, África e, possivelmente, Ásia, dada a extensão das suas viagens e o fato de se ter intensificado o comércio entre o Brasil e o Oriente, em

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