Machado de Assis, o homem e a obra – Os personagens explicam o autor

CAPÍTULO II

O meio e o temperamento apolítico de Machado de Assis


"Verdadeiramente há opiniões e temperamentos. Um homem pode muito bem ter o temperamento oposto a suas ideias. As minhas ideias, se as cortejarmos com os programas políticos, são antes liberais e algumas libérrimas." Machado de Assis

Descrevendo os traços vivos da época de mocidade, daquele tempo em que a alma se lhe enchia de sonhos e o espírito se abria às impressões fortes das primeiras leituras e ao contato dos artistas, dos poetas e de alguns homens políticos em evidência, Machado declara: "eram os tempos homéricos do teatro lírico, a quadra memorável daquelas lutas e rivalidades renovadas em cada semestre, talvez por excesso de ardor e entusiasmo, que o tempo diminuiu ou transferiu, Deus lhe perdoe, a cousas de menor tomo".

Os centros literários que congregavam poetas, jornalistas, romancistas e políticos dados às letras estavam em moda. A diversão social preferida eram os teatros. As atrizes em voga, despertando o espírito faccioso, o espírito partidário, aguçavam, dividiam e inflamavam os homens de sociedade, especialmente os moços poetas. Formavam-se partidos, escreviam-se versos que eram jogados, sobre a plateia, do alto das torrinhas. As facções denominavam-se pelos nomes das atrizes. Havia assim - é Machado quem o diz - a legião casalônica,

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