a História Naturalis Brasiliae, de Macgrave e Piso.
Pode-se afirmar que não houve índios do Brasil mais bem estudados naqueles tempos remotos do que os de Pernambuco: tipos físicos, dados fisiológicos, informações nosográficas, doenças e remédios na grande obra de Macgrave ficaram clássicos. Rodrigues e Ribeiro, no capítulo antropológico do seu belo ensaio, nem citam os gloriosos naturalistas bátavos...
A inopia daquele capítulo é porém, largamente compensada pelos compactos parágrafos consagrados aos usos e costumes do Brasil holandês e particularmente ao folclore e à lingua.
O surto artístico da colônia holandesa mereceu dos autores páginas notáveis. Com os holandeses apareceu na América um eco do Renascimento. O período de Nassau para os autores foi "um quisto da Renascença", verdadeira metástase cultural processada nesta banda do Atlântico.
O belo ensaio de crítica histórica de Rodrigues e Ribeiro vem acompanhado de extensa bibliografia; não é, para os estudiosos e para os eruditos, das suas menores prendas. O trabalho merece o Prêmio de Erudição da Academia Brasileira.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1937.
ROQUETE-PINTO, relator.
FERNANDO MAGALHÃES
ADELMAR TAVARES.