Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

mais separados um do outro do que ao longe se me afigurava, apresentam, vistos de perto, formas muito diferentes da que antes eu lhes atribuíra. No fundo da enseada, situadas a menor distância do morro da Vigia que do morro do Cambri, veem-se, à borda do mar, junto de um outeiro, as vastas construções da armação de Itapocoroia. Ao chegar a esse estabelecimento fui muito bem recebido pelo seu administrador, que já estava prevenido de minha visita. Ele tinha sido capitão da marinha mercante e era um velho jovial, cortês e de conversação interessante.

Foi na província da Bahia que os portugueses pela primeira vez estabeleceram armações, termo que se pode traduzir por pêcheries e se dá aos estabelecimentos de onde partem os barcos que vão à pesca e para onde conduzem em seguida as baleias, a fim de ser extraído o azeite.

Já se achavam em atividade as armações da Bahia quando fundaram outras três na província do Rio de Janeiro, e logo depois as de S. Paulo e Santa Catarina. A principio, a pesca era livre; depois, passou para o domínio exclusivo do governo que a confiava a arrendátarios. Os que dela se encarregaram em 1765, arrendaram-na pelo prazo de doze anos, mediante o pagamento anual de 80.000 cruzados, ou 20.000 francos, e durante