de leis contraditórias e proferindo, por isso, as suas sentenças de acordo com a sua consciência, quando eram íntegros, ou com os seus interesses, quando eram corruptos, o que acontecia quase sempre. O juiz de fora também se queixara da intromissão dos governadores de capitanias nos domínios da autoridade judiciária, declarando, ao mesmo tempo, que não havia leis que fixassem precisamente os limites dos diferentes poderes. Certo era esse um dos mais graves defeitos da organização do país.
Além do juiz de fora encontrei no Desterro outro conhecido — o coronel de engenheiros Antonio José Rodrigues, com quem, por várias vezes, me avistara no Rio de Janeiro. Esse oficial durante a minha estada na ilha de Santa Catarina, casou uma filha e teve a gentileza de convidar-me para assistir à cerimônia que devia realizar-se domingo, às quatro horas da tarde. Compareci à casa do coronel minutos antes da hora marcada, surpreendendo-me de que, num país católico, escolhesse um domingo para a realização de casamentos. Fiquei ainda mais admirado quando, ao entrar no salão, vi um pequeno altar ornamentado com muito gosto, o que denunciava a escolha daquele local para a celebração da cerimônia. Dentro em pouco, apareciam os noivos acompanhados