um ano, e entretanto eu suspirava pelo momento em que pudesse ter força bastante para pôr termo a esse exílio voluntário. Já era com aversão que eu via os camaradas que me acompanhavam e que parecia se comprazerem em perturbar o meu sossego. Tudo os susceptibilizava, tudo os ofendia. Quando eu voltava de algum passeio fatigante, sentindo necessidade de ser encorajado, só via rostos contrafeitos. Eu não podia ter a menor expansão, obrigado, como me achava, a guardar o mais profundo silêncio. Imitando José Mariano, o índio (Firmiano) se tornara tão desagrádavel como aquele; eu jamais lhe mandava fazer um serviço sem provocar os seus resmungos; ele me desobedecia algumas vezes, audaciosamente, e conquanto sempre lhe tivesse dado mostras de afeição, estou certo de que ele me odiava. Um dia Firmiano fora à caça com José Mariano. Este voltara cedo; o outro, porém, regressara à noite. Cheguei a crer que tivesse fugido e confesso que pouco me molestaria se tal acontecesse.
Durante os oito dias que passei na Laguna, só fui visitado pelas pessoas às quais eu havia sido recomendado. Não recebi nenhum convite, e, se a minha permanência nessa vila se prolongasse por mais algum tempo, ter-me-ia entediado tanto como em S. Francisco.