Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

e com o cabelo em desalinho. Não se vestiam melhor que os seus antepassados, pois usavam apenas camisa, calças e, às vezes, pala. Os mais remedia dos usavam chapéu alto, calçados e um capuz que lhes cobria o rosto. Os escravos de ambos os sexos viviam quase nus. Existiam na vila muito poucas casas de negócio. Os homens brancos e suas mulheres viviam na maior ociosidade. No continente haviam-se estabelecido algumas famílias. Mas, fora do perímetro da vila só existiam algumas choças, o desbravamento do solo pouco progredira e toda a ilha continuava a ser uma vasta floresta, onde se acoutavam serpentes e tigres. Jamais os raios do sol penetravam por entre as árvores, unidas umas às outras, e das baixadas elevavam-se vapores mal-sãos e fétidos (15)Nota do Autor

No intervalo de vinte anos, de 1763 a 1783, quando La Pérouse passou por Santa Catarina, quase nada ainda haviam feito pelo desenvolvimento da ilha. O ilustre navegante encontrou ali uma população de 3.000 almas, sendo de 1.000 a do Desterro. O desmatamento tomara maior extensão, continuando, porém, o lugar a ser muito pobre. Havia absoluta falta de objetos manufaturados