Viagem à Província de Santa Catarina (1820)

A vila de S. Francisco tem, mais ou menos, a forma de um quadrilátero, mais largo nas margens do canal que nos outros lados. ela se acha comprimida entre dois morros de altura desigual: o mais elevado, situado à leste, denomina-se Morro da Vila, e é coberto de mata virgem, e o outro, chamado Morro do Hospício, ao norte da enseada, é revestido de relva e espinheiros, terminando num terrapleno onde existem as rumas de uma igreja e algumas paineiras, cujas folhagens, sacudidas pela mais leve aragem, contrastam com a immobilidade das florestas circunjacentes.

A vila compõe-se de cerca de oitenta casas térreas na sua maioria, caiadas, cobertas de telhas, quase todas construídas de pedra e bem conservadas, existindo também alguns prédios de um andar.

As ruas são largas e direitas. As que descem para o mar são calçadas; as outras têm calçamento apenas na frente das casas, nunca se formando lama no seu leito, com a água da chuva, devido à natureza do terreno que, como o de Paranaguá, se constitui de uma fraca porção de húmus misturada com areia e cascalho.

Existe no centro da vila uma grande praça relvada, onde construíram a igreja paroquial, não tendo