Em públicos testemunhos ficaram assinalados a galhardia e o primor do grande naturalista como soldado e como chefe. Ele próprio, depois que, terminada a campanha contra Soult, volvera a prosseguir as suas fainas científicas ao dirigir-se como secretário à nossa corporação num discurso histórico, seguro de que a fama o não desmentiria, exclamava ainda respirando glórias militares: "Em tão arriscadas circunstâncias mostrei, senhores, que o estudo das letras não deponta as armas nem embotou um momento aquela valentia que sempre circulara as nossas velas, quer nascêssemos aquem ou além do Atlântico." (Latino Coelho, Elogio Histórico).
Solicitados foram mais de uma vez os seus conselhos em grandes e importantes questões submetidas à Academia das Ciências. Numa delas, a adoção do novo sistema de pesos e medidas, o cientista opinara:
"Talvez pareça aos espíritos acanhados que a adoção do sistema metro-decimal para base de novas medidas ofende de algum modo o pundonor nacional: porém reflitam que o verdadeiro e útil não tem pátria, pertencem a todas as nações, pertencem ao universo inteiro. Seria capricho pueril não adoptar o que há de bom entre os inimigos, só porque eles dizem que é seu. Que seria da república das letras, se os ódios e guerras das nações houvessem de invadir os domínios pacifícos da verdade e das ciências úteis!?"
Na Europa já havia levantado grande nomeada, sendo respeitado como um sábio, cheio de serviços suficientes para imortalizar-lhe o nome.