O Patriarca da Independência - José Bonifácio de Andrada e Silva (Dezembro de 1821 Novembro 1823)

"Consola-me (diz ele perante a Academia Real de Ciências de Lisboa) consola-me igualmente a lembrança de que da vossa parte pagueis a obrigação em que está todo o Portugal com a sua filha emancipada que precisa de pôr casa, repartindo com ela de vossas luzes, conselhos e instruções."

"E que país esse, senhores, para uma nova civilização e novo assento da ciência! Que terra para um grande e vasto Império! Seu assento central quase no meio do globo; defronte e à porta com a África, que deve senhorear, com a Ásia à direita, e com a Europa à esquerda, qual outra nação se lhe pôde igualar? Riquíssima nos três reinos da natureza, com o andar dos tempos, nenhum outro país poderá correr parelhas com a nova Lusitânia."

Está o sábio descortinando o futuro grandioso da sua pátria, está o pensador, em profecia admirável de patriotismo, num incentivo nobilíssimo, declamando as riquezas do Brasil, confrontando as suas condições com as retrógradas instituições da Europa, a apontar o movimento impreterível da emancipação, da autonomia e da independência.

"A emancipação da filha americana, até aí estreitamente recatada pelo egoísmo da metrópole, é, pois, no conceito do sábio naturalista, uma necessidade impreterível. Já não oculta Andrada aos seus consócios a alteza do pensamento que tem delineado a respeito do Brasil e seu futuro.

A peroração do seu discurso histórico é o eloquente panegírico da terra brasileira e a encarecida exposição

O Patriarca da Independência - José Bonifácio de Andrada e Silva (Dezembro de 1821 Novembro 1823)  - Página 14 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra