ela apresentado de tal modo copiosa e importante para a nossa história mineralógica e metalúrgica, que só no decorrer dos anos poderá ser examinada e analisada em todos os seus detalhes, bem como posta em justo acabamento.
Para maior clareza, adotei, tanto quanto possível, a ordem cronológica, na sua apresentação.
Procurei fazer obra verdadeira. Revelo memórias, fatos e acontecimentos importantes. Esclareço e modifico a apresentação de outros já estudados, e os mestres que me honrarem com a sua leitura saberão avaliar quanto me custou ler milhares de documentos em manuscrito, escolhê-los, copiá-los, selecioná-los, concatená-los e encaixá-los nesta obra, que, apesar de tudo, se apresenta tão aquém dos méritos do biografado.
O desembargador Manuel Ferreira da Câmara Bethencourt e Sá, no exercício de suas elevadíssimas funções de Intendente-Geral das Minas e dos Diamantes do Distrito Diamantino e Comarca do Sêrro do Frio, foi um dos homens que mais e melhor souberam concorrer para a fixação da nossa nacionalidade, criando desde a sua chegada à Demarcação Diamantina que até então só fora administrada por portugueses natos, no famoso arraial do Tijuco, um vigoroso núcleo de brasilidade.
Para terminar, devo informar que estive em visita às ruínas da Real Fábrica de Ferro do Morro do Pilar ou de Gaspar Soares, construída pelo Intendente Câmara, onde, pela primeira vez, se produziu no Brasil ferro gusa, em alto-forno.
Voltei ainda mais convicto de que os estudiosos de nossa terra não mais se deixarão influenciar pelas asserções especiosas de escritores suspeitos, por interessados.
Rio de Janeiro, junho de 1933.
MARCOS CARNEIRO DE MENDONÇA