A Bahia e as capitanias do centro do Brasil (1530-1626). História da formação da sociedade brasileira. Tomo 3º

DIOGO DE MENDONÇA FURTADO

De há muito circulavam notícias de aprestos holandeses contra o Brasil. Reinando democrática liberdade nos portos em que eram realizados, aberto a estrangeiros, podendo cada um proceder como melhor lhe convinha, era custoso ocultar empreendimento de tão desmedido vulto. Ademais, sentiam-se tão seguros os batavos que poucas precauções envidavam a respeito. Atingira a sua Marinha um desenvolvimento que provocava a presunção, sem falar no nervo da guerra representado pelos capitais existentes nas Flandres e nações vizinhas amigas, que tudo facilitavam, compra de navios, de armamentos e aluguel de mercenários.

Dispondo dos dois principais elementos de conquista, como se vê no relatório de Usselinx, ia desencadear sobre a Bahia o fim da trégua firmada por Oldenbarneveld com o Rei das Espanhas. Os conselheiros de Felipe III procuravam tomar algumas precauções, porém encontravam-se constantemente cerceados por acontecimentos europeus. A grande tarefa de Olivares era solidificar no momento a situação dos Habsburgos na Valtelina, indispensável à hegemonia dos espanhóis na Europa, não havendo dinheiro que chegasse para o ambicioso plano. Todavia, antigos funcionários do Brasil foram chamados a Madri, a fim de informar de viva voz o Conselho de S. M. sobre a situação da colônia-chave da América do Sul.

Nessa altura insistia a Condessa de Medelim junto à corte para que se desse sucessor a D. Luís de Sousa, seu marido, pedido finalmente satisfeito, de sorte que pôde embarcar

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