tradicionalmente, símbolo material da liberdade: o cavalo de montaria e a arma.
As atitudes-valores novas envolvem, não raro, aceitação compulsória de outros valores, imprevistos e indesejáveis, pelo menos a princípio. O ideal de "homem livre em gleba livre", por exemplo, o emigrante rústico associava, ainda no país de origem, a certos padrões econômicos, religiosos, recreativos etc. da aldeia europeia. Nas colônias do Brasil meridional, no entanto, "homem livre em gleba livre" significa o isolamento espacial em lugar da vida aldeã, processos agrícolas extensivos a substituírem os intensivos do país de origem, a ausência da antiga organização paroquial altamente integrada etc. Essas "privações" representam, de certa maneira, o preço que o migrante paga pela realização de seu ideal. Muitos o consideram demasiadamente caro e não se ajustam à nova situação. Outros levam longos anos, oscilando entre a nostalgia e o desânimo de um lado e a esperança num futuro melhor por outro lado. Mas à medida que os imigrantes ou seus filhos se "habituam" às condições diferentes, vão surgindo novas atitudes-valores, fazendo com que pareça "natural" o que a princípio constituía motivo de desespero. Em outras palavras: a natureza coativa das primeiras experiências em que as novas atitudes-valores se baseiam, não impede que se tornem etapas no caminho da assimilação.
O problema, porém, apresenta outro aspecto ainda. Mesmo a formação de comunidades etnicamente homogêneas no país adotivo não impede, por vezes, a incorporação compulsória de valores culturais estranhos. Diferenças do meio físico não admitem a utilização, pelos imigrantes, de uma boa parte das experiêncas acumuladas no país de origem. Padrões de habitação, de vestuário, de alimentação, de trabalho, de locomoção, de