ALGUMAS PALAVRAS ANTES...
Ao apresentarmos este nosso trabalho, temos o espírito na lembrança daquelas palavras que abrem um dos mais sugestivos capítulos de Gog de Giovanni Papini: "Nada é meu". O mesmo poderíamos dizer destas páginas. Nada é nosso, a não ser a palidez do estilo ou a ausência de vigor, com que foram traçadas. Tudo o mais foi aprendido dos outros. Os elementos de que nós utilizamos são alheios: os Autos de Devassa da Inconfidência Mineira e obras que nos caíram sob os olhos durante a nossa busca de elementos.
Consola-nos, porém, a certeza de que ninguém será, jamais, rigorosamente original ao tratar de História...
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Um mestre - Câmara Leal - escreveu no pórtico de um livro seu: "...a obrigação honesta de quem mal reputa seu próprio trabalho, seria não publicá-lo. Por isto publicamos o nosso. Não que estejamos convencidos de tratar-se de uma obra excelente. Mas, porque pretendemos contribuir com o nosso modesto esforço para a elucidação de um debatido assunto de nossa História. Talvez as lacunas do nosso trabalho despertem nalguem a vontade de fazer coisa melhor. Ter-nos-á sido boa retribuição".
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A maior parte das opiniões sobre a Inconfidência Mineira é fundada em dados hipotéticos, ou precários.