Gonzaga e a Inconfidência Mineira

É que, durante longo tempo, se ignorou o conteúdo do processo a que foram submetidos os conjurados de 1789. Apenas se conhecia a sentença da Alçada, que os condenou, ou pouco mais.

Houve um historiador que, durante muito tempo, serviu de fonte, por ter lido os Autos de Devassa nos originais: Joaquim Norberto de Souza, autor da História da Conjuração Mineira. Dele disse Diogo L. A. P. de Vasconcelos: "O snr. Norberto leu e alterou o que leu." As conclusões dele, quanto a Gonzaga, são simplesmente absurdas. Quanto a outros são mal fundadas, mal deduzidas.

A primeira obra de fôlego, que se escreveu sobre a malograda conspiração, foi a de Lúcio José dos Santos. Infelizmente, esgotada há muito, como a de Joaquim Norberto. A Inconfidência Mineira é uma fonte riquíssima de informações sobre o infausto, mas glorioso acontecimento histórico de 1789. Dela nos servimos bastante.

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Este livro não tem intuito demolidor, como nos falou maliciosamente alguém, ao ter notícia de que o escrevíamos. Tem um propósito reparador: visa colocar Gonzaga no lugar que lhe pertence no quadro da História do Brasil. Visa fazer ao poeta aquela justiça que ele não encontrou nos que o julgaram. Só isto.

Podemos dizer, como Nordau, que não temos a pretensão de que sejam aceitas as nossas asserções, mas desejamos sinceramente que sejam ouvidas, consideradas e, se for preciso, refutadas com bons fundamentos. Porque, como escreveu também ele, "no estudo da verdade, o principal não é encontrá-la, mas

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