época, o que elevou a herói o patrono desta cadeira. A projeção excepcional da personalidade do cantor de Marília resultou da sua atuação política, da sua participação num acontecimento que objetivava emancipar a grande terra brasileira, ausente na obra do poeta e presente na existência do homem." Falou assim o Presidente Acadêmico. E ficamos pensando à beira do rádio: Cá está outro ótimo tema para discussão em torno de Gonzaga, capaz de tentar os Melo Franco, Lindolfo Gomes, Manuel Bandeira...
Em que pese faltar ao Snr. Getúlio Vargas autoridade de crítico literário, a sua observação é curiosa, por original. A obra literária de Gonzaga tem sido exaltada sempre. Os seus versos, de sucessivas edições e traduções em duas ou três línguas vivas, têm merecido os louvores da crítica daqui e de além-mar, a admiração de quantos os leem, pela delicadeza do sentimento que encerram, ou traduzem, pela elegância literária com que o poeta vestiu o seu canto apaixonado e terno.
Alberto de Oliveira, tratando das edições de Marília de Dirceu, adverte-nos de que não devemos considerar exagero a afirmação de muitos, que diz serem os versos de Gonzaga os que tiveram, depois de Os Lusíadas, o maior número de edições.
Não são os maiores críticos nacionais da opinião do atual ocupante da cadeira 37, quando ele diz ser a lira de Gonzaga similar à de todos os poetas do tempo. Pretende João Ribeiro que Dirceu tenha sido o melhor intérprete de Anacreonte entre nós, da poesia anacreôntica, onde "tudo é melindre e fugitivo tudo", "essa arte delicada, que é como o eco com que as decadências das épocas se despedem do mundo". Textualmente, afirma o grande crítico: "De