Gonzaga e a Inconfidência Mineira

3. CONCLUSÃO

A conclusão sobre o papel de Gonzaga na Inconfidência Mineira ressalta do exame dos dados que apresentamos. Todavia é nossa obrigação colocar, no final deste trabalho aquela por nós mesmo tirada.

Cumpre ser abordada, inicialmente, a acusação que atribui ao poeta o papel de chefe do movimento sedicioso. Foi Silvério das Reis quem, na denúncia, levantou semelhante juízo, com o propósito possivelmente de vingar-se do magistrado.

Ora, dei todos os depoimentos ficamos sabendo que o desembargador não tomou parte em nenhuma das verdadeiras reuniões tendentes a preparar o levante e estabelecer a república. Eles nos dão a saber que a qualidade de conjurado de Gonzaga foi propalada pelo padre Carlos de Toledo e por Alvarenga Peixoto, mais por quantos destes dois souberam de semelhante notícia. Contudo, é do nosso conhecimento a confissão sem rebuços daquele sacerdote e a contradição de Alvarenga Peixoto, ao serem acareados com o acusado. Não se compreende que o chefe de tão importante movimento não frequentasse as reuniões, mormente as reuniões de próceres, como as realizadas em casa de Francisco de Paula. Não se compreende que um chefe permaneça oculto, desconhecido dos principais cabeças, como Freire de Andrade, padre Rolim, Tiradentes, padre Toledo, Álvares Maciel, etc., principalmente em se tratando de uma pessoa do prestígio de Gonzaga.

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