Gonzaga e a Inconfidência Mineira

Por estas razões todas Gonzaga não pode ser admitido como chefe da conjuração, ainda mais porque o próprio Tiradentes declarou que o movimento não tinha chefe, tudo levando a supor saísse a chefia, no momento oportuno, de entre Tiradentes, Álvares Maciel, Alvarenga, Freire de Andrade, ou Cláudio Manuel. Eram os mais prováveis.

Seria, então, Tomás Antônio Gonzaga simples participante do movimento, mero colaborador intelectual da trama? Coisa nenhuma nos autoriza a admitir também esta hipótese. Não podemos firmá-la na notícia propalada, de estar ele fazendo as leis, pela simples razão de ser essa notícia originária do padre Toledo. Este a destruiu, confessando-se inventor dela sem fundamento algum, além da vantagem que da traria à sua propaganda revolucionária.

Gonzaga não apareceu às reuniões, onde se tratou efetivamente do levante e dos seus planos. A elas compareceram Álvares Maciel, Tiradentes, Rolim, Toledo, Alvarenga e outros, além do coronel Freire de Andrade, dono da casa onde se realizavam. Só Alvarenga Peixoto disse ter o desembargador Gonzaga comparecido aos conciliábulos. E é ele mesmo quem diz, mais tarde, não ter certeza disto, aceitando a possibilidade de um engano e apelando para o testemunho das outras pessoas presentes. Este testemunho já estava dado por todas elas. E negativo.

Que nos autoriza a aceitar a cumplicidade de Gonzaga? Os depoimentos das testemunhas e dor acusados?

Diz Afonso Arinos de Melo Franco: "Todos os depoimentos importantes do inquérito se congregam para dar-lhe um papel de máxima importância no

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