de quem acredita muito pouco em que o suave Dirceu das liras a Marília houvesse participado do tenebroso movimento de cujo programa constava o cortar-se a cabeça nobre do Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Visconde...
Rodrigues Lapa não crê na efetividade da colaboração de Gonzaga no movimento revolucionário Alcântara Machado não crê também, na participação do poeta na perigosa empresa.
Rocha Pombo partindo das conclusões de Joaquim Norberto aceita a qualidade de conjurado atribuída ao noivo de Maria Dorotéia.
Lúcio José dos Santos não aceita a conclusão de Joaquim Norberto e não crê que Tomás Antônio pudesse conspirar contra a Coroa, achando-se, como se achava, em tão privilegiada posição na magistratura portuguesa.
Eis como está posto o assunto. Eis como divergem entre si os que trataram do caso de Gonzaga na História do Brasil. Há outras opiniões, que deixaremos para o final, quando tivermos que concluir o nosso trabalho.
Daqui a pouco daremos início à investigação do papel de Gonzaga nos acontecimentos de 1789, com o propósito firme de chegar a uma conclusão satisfatória. Se, no entanto não chegarmos a convencer o leitor disto ou daquilo e lhe pusermos no espírito o mesmo talvez não nos leve a mal. É que a dúvida terá sido superior à nossa análise. Tenha, contudo, em vista que não seremos os únicos a ficar no talvez.
Iremos pelo mesmo caminho percorrido por outros, o único a se nos oferecer para a jornada - o dos Autos de Devassa, e ajudado pelas luzes