Regiões e paisagens do Brasil

natural. Nada menos de 23 desses estabelecimentos funcionam apenas nas vizinhaças da colina da Penha;(28) Nota do Autor a montante, pela mesma várzea do Tietê, outros muitos também aparecem, como em alguns de seus afluentes, conforme teremos ocasião de verificar em capítulos a seguir.

As olarias localizam-se às margens do Tietê, a fim de tornar mais fácil o transporte dos tijolos; ou afastadas delas, se podem dispor de estradas ou caminhos, que são utilizados pelos caminhões. No primeiro caso, barcaças apropriadas conduzem o produto para pontos diversos do curso fluvial, de onde é transportado para os consumidores.

O material utilizado pelas olarias é retirado das vizinhanças e conduzido em carroças de tração animal. Trata-se de uma mistura de três elementos principais: a terra negra, turfosa, conhecida localmente por "torba", nome que denota visível influência italiana; o barro branco, que é denominado barro "forte"; e areia.

O material assim constituído vai para a amassadeira movida por animais ou a motor. Daí passa para a seção de formas, onde mulheres e crianças, quase sempre, lhe vão dar a forma característica do tijolo. Segue-se a secagem dos tijolos, que se processa teoricamente em cinco dias, embora leve normalmente dez a 15 dias, em virtude da irregularidade do tempo, que caracteriza a região paulistana. Dia de chuva nas olarias equivale a um domingo ou feriado, pois ninguém trabalha. Um desses estabelecimentos pode produzir, cada dia, em média, 12 mil tijolos.

Em seguida, os tijolos passam para o forno, onde ficam a cozer de 90 a cem horas, sob a ação do calor produzido

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