pelas achas de lenha. Um forno, de acordo com seu tamanho, pode conter de 40 mil a 120 mil tijolos, de uma só vez.
Toda essa produção se destina ao consumo da metrópole bandeirante, cuja febre de construções continua, apesar dos problemas criados pela guerra. Esta em nada afetou as atividades das olarias da Penha; ao contrário, não há mãos a medir para atender às necessidades do consumo.
O aspecto dessas olarias conserva ainda muito de "colonial"; observando-as, de longe, parece que temos ante os olhos uma das gravuras de Rugendas ou Debret. Quase não se notam diferenças de uma para outra: é o forno, com sua característica silhueta; é o terreiro onde são fabricados os tijolos e onde tem lugar a secagem; é a amassadeira, de perfil também inconfundível.
Sua atividade vem criando problemas, que deverão ter consequências sérias para o futuro. Em primeiro lugar, queremos destacar o dos "barreiros" abandonados: constituindo bacias de um metro a 1,50 de profundidade, com diâmetros variáveis, transformam-se em lagoas por ocasião das enchentes do Tietê, complicando ainda mais sua rede tão cheia de meandros e influindo positivamente sobre o seu regime. Se, por um lado, as cheias têm-se tornado menos violentas e menos prejudiciais, por outro regista-se a ampliação do domínio das águas, que assim roubam terras que poderiam ser úteis ao homem. Além disso, outro problema se impõe - o do esgotamento dos depósitos de argilas úteis; por quanto tempo ainda poderá a Capital contar com esses mananciais para o fabrico dos tijolos que consome? Problema que mais grave se torna se lembrarmos que outras planícies da região são já também exploradas de longa data e apresentam idênticos sinais de esgotamento.