armação tosca destinada a movimentar o balde d'água: é a chamada "cegonha" ou "picota", termos genuinamente lusitanos, uma vez que portugueses são todos quantos se dedicam a essas culturas. A adubação é conhecida, embora para tal fim seja usado apenas o lixo.
Essas pequenas chácaras aparecem tanto ao norte como ao sul da colina da Penha. O vale do Tiquatira apresenta numerosos exemplos, estando as mais extensas na baixada existente a oeste da Estrada do Cangaíba. Também o vale do baixo Aricanduva as contém, desde Guaiaúna até à Estrada Velha da Penha. Quase sempre são novas, com meses ou poucos anos de existência, estando sob regime de arrendamento.(29) Nota do Autor Nelas se cultivam principalmente flores: cravos, copos-de-leite, dálias, Rainha Margarida, etc.; mas os legumes também aparecem.
O produto dessas culturas destina-se totalmente ao consumo da Capital, sendo conduzido diariamente ao Mercado ou às feiras (de preferência à do Largo do Arouche). O dia começa muito cedo para esses ativos chacareiros: costumam rumar para a cidade no caminhão que passa pela chácara às duas horas da madrugada ou, então, pelo bonde que sai da Penha às duas e meia. Já o bonde das três horas da madrugada é o bonde dos verdureiros...
Fora desses exemplos de verdadeira horticultura ou jardinagem, um outro existe que deve ocupar um lugar à parte: queremos referir-nos à Hortulânia Paulista, importante chácara existente no vale do Guaiaúna, próximo à estação de Carlos de Campos. Ocupa uma área de oito alqueires, onde se cultivam flores das mais variadas qualidades, além de outros vegetais, e onde trabalham