Regiões e paisagens do Brasil

por Poá e dirigia-se para o norte, evitando os brejos do Guaió. A atual estrada que liga Póa a Itaquaquecetuba, cortando em diagonal a Rodovia São Paulo-Rio, deve corresponder ao velho caminho dos bandeirantes do setecentismo. Sua função regional inda é importante, causando surpresa a intensidade do povoamento às suas margens, pois as chácaras e pequenos sítios sucedem-se de maneira quase ininterrupta. Em Itaquaquecetuba, num trecho onde a várzea se estreita e o rio Tietê pode ser facilmente atravessado, a estrada prossegue para NE, com destino a Arujá e a Santa Isabel, ao mesmo tempo que lança para SE um ramo que vai alcançar (como, certamente, o fazia outrora) a cidade de Mogi das Cruzes.

A Estrada de Ferro Central do Brasil preferiu o sopé das colinas e os "terraços" fluviais. Desde a segunda metade do século passado, a Linha Tronco penetrou no vale do Tanquinho e, depois de vencer a várzea do Guaió, foi alcançar Mogi das Cruzes; desviou-se, assim, do rumo antigo e, graças aos recursos da técnica, pôde encurtar distâncias. A partir de 1932, a Variante passou também a servir à região, mas no seu trecho setentrional e oriental, acompanhando o vale do Tietê e entroncando-se, com a primeira, na estação de Calmon Viana, arrabalde de Poá.

Já a Rodovia São Paulo-Rio, procedente do vale do Três Pontes, atravessa a região em diagonal e alcança a via férrea mais além da baixada do Guaió, próximo à estação de Suzano. Seu papel não só é digno de nota como via de comunicação, mas como fator de povoamento; de fato, algumas chácaras residenciais já se instalaram ao longo de seu traçado, contrastando com a escassez ou mesmo inexistência de povoamento às margens da Variante da Central do Brasil, onde a várzea do Tietê constitui um meio hostil.

Em futuro muito próximo, novo fator virá reforçar esse caráter de zona de passagem da região que vimos

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