Três panfletários do Segundo Reinado

SALES TORRES HOMEM E O LIBELO DO POVO

No panorama político do segundo reinado poucas figuras se elevaram tanto e tanto foram discutidas como a do autor do famoso panfleto O Libelo do Povo. Foi um homem notável, senão pela coerência, pelo talento e pela cultura de que deu provas na imprensa e na tribuna, durante um período de quase 40 anos de vida jornalística e política. Além de ter sido incontestavelmente um dos grandes parlamentares do seu tempo, na Câmara dos Deputados e no Senado do Império, desempenhou postos executivos, gerindo, em períodos difíceis, as finanças da nação. Como homem de governo, lidou sempre com cifras: alto funcionário do Tesouro Nacional, presidente do Banco do Brasil, ministro da Fazenda. Era financista por intuição, como quase todos os que possuímos na época. Certo, mergulhara nos tratadistas então em voga, com curiosidade e fervor, como quem quer tudo aprender, mas a sua formação cultural não fora de molde a conduzi-lo a tal resultado.

Graduado, muito moço, pela Academia Médico-Cirúrgica, que se transformou, mais tarde, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Francisco de Sales Torres Homem fazia parte do grupo de jovens entusiastas que cercavam a figura fascinante de Evaristo da Veiga, frequentando-lhe a "loja de livros" e dele recebendo estímulo. Aos 20 anos de idade, Evaristo o inscrevia

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