do seu primeiro gabinete, resolve disputar a eleição senatorial pela Província do Rio Grande do Norte com a qual, de resto, não tinha o menor vínculo. Em torno dele congregam-se os conservadores e o seu nome vem na lista tríplice. O imperador o escolhe e o gabinete veta-o, sob a alegação de que era o ministério solidário com os atos do Poder Moderador e a escolha não lhe parecia acertada. Em O Ocaso do Império, o ilustre historiador Oliveira Vianna comenta este episódio com uma superficialidade que não corresponde aos seus altos méritos. Diz que os concorrentes de Torres Homem eram entidades, senão inteiramente anônimas, pelo menos razoavelmente anônimas e que Zacarias fora inspirado por motivos que não eram dos mais elevados. Entretanto, é de justiça salientar que Amaro Bezerra, indicado pelo Partido Liberal, era não apenas o chefe provincial do partido de Zacarias, mas o primeiro colocado na lista tríplice, com votação superior, portanto, à Torres Homem, nome estranho ao Rio Grande do Norte e que iria apoderar-se da vaga senatorial em detrimento dos que faziam política naquela província. Não prevaleceu apenas o sentimento pessoal de Zacarias, mas o de todo o gabinete, que preferiu sacrificar as posições de mando que detinha a cometer uma deslealdade com um correligionário, admitindo o seu alijamento em favor de um adversário colocado em segundo lugar. Mas esse adversário era Timandro e o imperador queria, mais uma vez, provar que não era rancoroso... Se tira razão aos liberais no rompimento com o imperador quando da escolha senatorial, Oliveira Vianna a restitui duas páginas adiante, ao dizer: "Logicamente, dada a situação unanimemente liberal da Câmara, demitido Zacarias, caberia a um outro prócer liberal organizar o novo gabinete. Entretanto, o imperador