Esses métodos de colonização granjearam a Portugal um tal renome que um dos mais notáveis escritores da própria era das navegações, o italiano João Botero,(24) Nota do Autor considerava que os portugueses eram os únicos, entre todos os povos da Europa, a saber aproveitar a arte da colonização pois com tão pouca e tão pobre gente, como a sua, conseguiram povoar a Madeira, o Cabo Verde, a Ilha de S. Tomé, o Brasil, membros importantes do seu Estado, de que já tiravam grandes proveitos em gente, tesouros e vitualhas.(25) Nota do Autor Pensadores igualmente autorizados, e mais recentes, como Paine e Leroy-Beaulieu, consideram excepcional a capacidade realizadora dos portugueses como colonizadores e portadores da cultura europeia ao resto do mundo,(26) Nota do Autor com a particularidade de transmitirem a cultura por um processo de adaptações, em que davam e recebiam e afinal criavam novas civilizações lastreadas na sua tradição, nos seus critérios de valor, nas suas concepções da existência, na sua interpretação da vida. Nesse sentido foram eles, e não os franceses, os verdadeiros criadores da moderna civilização,(27) Nota do Autor aqueles, pelo menos,