costa, travando relações com o gentio, ao qual convenciam de que eram donos da terra. Protegidos pelo seu rei e custeados por seus barões e mercadores, faziam resgates na Baía de Todos-os-Santos desde 1503; no ano seguinte penetravam até o rio Peruaçu, onde pouco depois foram surpreendidos por uma frota de portugueses que lhes queimaram dois navios, matando muita gente sua; os sobreviventes escaparam numa lancha, indo encontrar-se a quatro léguas de distância, em Itapuã, com outra nau dos seus, em que se tornaram para a França. Desse recontro ficou a lembrança na denominação de Ilha dos Franceses, dada ao local, próximo à foz daquele grande rio, em que os intrusos faziam escambo com os indígenas; em Itapuã tiveram uma aldeia e em Tatuapara um porto em que, já em 1561, uma nau portuguesa, em que viajava o jesuíta Pe. Rui Pereira, encontrou três navios franceses. O próprio local, Mairiquiig, em que Caramuru tomou terra, parece, pelo designativo, ter sido uma aldeia de franceses.(72) Nota do Autor A serviço da França, costumavam dizer, Vicente Yáñez Pinzón descobrira o Brasil três meses antes de Pedro Álvares Cabral.(73) Nota do Autor Tão convencidos andavam de que eram donos desta terra que a rainha Catarina de Médicis chegou a nomear um vice-rei francês para o Brasil.(74) Nota do Autor Em Itamaracá e Cabo Frio tiveram outras feitorias por muito tempo, estabelecimentos de que mais de uma vez afastaram, a armas, os portugueses, e onde mantinham indivíduos encarregados de derrubar a madeira e resgatar peles, macacos,