Foi assim grande a repercussão do prêmio, que atraiu, como em regra sucede, obras desiguais tanto em gênero como em valor. Lidas todas com a maior atenção e simpatia, verificou-se para logo que quatro livros sobrepujavam sem a menor dúvida os demais: História da Literatura Baiana e História da Fundação da Bahia, de Pedro Calmon, A Idade de Ouro da Bahia, de J. F. de Almeida Prado, e Povoamento da Cidade do Salvador, de Thales de Azevedo.
O fato de serem todos ensaios históricos de algum modo facilitou o novo confronto, a exigir o mais acurado exame crítico, ao passo que as próprias qualidades das obras em apreço dificultavam essa tarefa. Afinal, considerando não só a importância das pesquisas originais realizadas pelo concorrente Thales de Azevedo para a elaboração do seu trabalho, como também o alcance do tema deste, pareceu de justiça à Comissão classificá-lo em primeiro lugar. Se não supera os outros em méritos literários, tem sobre eles a vantagem de representar um estudo mais profundo e minucioso em torno de assunto da maior relevância para o conhecimento da formação baiana.
Cabe, pois, ao livro Povoamento da Cidade do Salvador, de Thales de Azevedo, o prêmio literário da Aliança da Bahia.
Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1950.
(ass.) Otávio Mangabeira; presidente
Lúcia Miguel Pereira, relatora
Augusto Frederico Schmidt
Alceu Amoroso Lima
Anísio Spínola Teixeira