discreto, ilustrado, que descera da terra dos bandeirantes, dos tratos alpestres paulistas, para ver não somente a raça que se funde sob os fogos do Equador, mas igualmente a esplanada do vale amazônico, que aflora do tear potamológico com os seus horizontes infindos, com os seus rios caudalosos, com as suas pastagens verdejantes. Impressionado com as florestas e os prados que vislumbrara na plaina rechã, contrastantes com os cafezais e as searas dos movimentados tabuleiros, o seu espírito de admiração, em surto irradiante, cantou um hino à terra nova que reponta — Vênus telúrica — do seio encantado das águas. Rememorou os panoramas, as belezas, os fenômenos, as mutações, a altivez e a sinceridade dos seus habitantes; teceu, em suma, um alevantado epinício à Natureza que o circundava doce e luminosamente. E como tudo que notara de imprevisto, nos aspectos equinociais, lhe parecesse grafado em síntese no meu derradeiro trabalho, o seu caráter justo e o seu coração de ouro abriram-se como uma fonte encantada para deixar passar o fio cristalino do louvor. Traço algum de confraternidade maior do que esse pode haver hoje entre o homem do planalto e o homem da planície. E o volume, que o presidente eleito da República tanto enalteceu com a elegância da sua oratória varonil, segue, nesta edição, como humilde oferenda intelectual da radiosa Amazônia ao majestoso Estado de São Paulo, cérebro iluminado do Brasil, berço das maiores conquistas nacionais, terra bendita onde se inscreveu, no grito independente do Ipiranga, a divisa augusta da liberdade.
RAYMUNDO MORAES