vai em linha ascendente, e torna cada vez mais fortes os argumentos sobre conveniência e unidade essencial de todas as regiões do país.
A necessidade de dar a cada zona do Brasil a administração local que precisa, para melhor garantir seu próprio ambiente de progresso, levou à federação. Como os laços federais e a dependência ainda são muito enérgicos, acontece frequentes vezes que as medidas do Governo Central chegam a seu ponto de aplicação com grande atraso. Isto levanta uma grita contra a dependência, e certos espíritos exaltados apelam para a secessão como receita única adequada para o livre desenvolvimento de cada região.
Em realidade, não existe entre União e Estados sentimento separatista. Toda a nossa História o prova, principalmente no Rio Grande do Sul, onde tal corrente se quer descrever como fortíssima: a insurreição de 1835-45 exigia, muito mais do que a independência, a autonomia local; foi precisamente um grito de ameaça contra a União, vindo do Rio da Prata, que pôs termo à revolta, e fez todos esses ótimos brasileiros cerrar fileiras em torno da bandeira da Pátria.
Outra conclusão a que chegamos, é a mudança profunda ocorrida na atmosfera moral do conjunto internacional da Sul-América. A princípio, tínhamos herdado prevenções e ódios reinantes entre Lisboa e Madrid, transmitidos assim a seus descendentes de nosso continente. Ainda, embora em grau atenuado, existe nas classes populares, como estado de espírito sentimental, não raciocinado, resto evanescente de mentalidade hereditária em via de extinção.
Desde a era dos 50, começou a ver diminuída sua influência nos círculos políticos. Embora, nas rodas mais altas da sociedade, certas individualidades retardatárias ainda vibram ao influxo da rivalidade dos dois troncos atávicos, pode-se afirmar que já não move nossas diplomacias. Uma das grandes vitórias morais de nosso século XX foi promover aberta e sinceramente uma intimidade maior entre americanos de descendência espanhola e portuguesa. Não há exagero em dizer que estamos rapidamente