História da História do Brasil. Volume II Tomo 2 – A metafísica do latifúndio: O ultra-reacionário Oliveira Viana

CAPÍTULO 1

NASCIMENTO E FORMAÇÃO


A historiografia ultrarreacionária, a verdadeira inspiradora dos movimentos autoritários de 1930 e contrarevolucionários de 1964, é especialmente representada por Oliveira Viana.

Nascido aos 20 de junho de 1883 em Palmital do Saquarema - berço dos grandes chefes conservadores fluminenses -, filho de Francisco José de Oliveira Viana e de Balbina Rosa de Azeredo Viana, Francisco José foi educado no Colégio Carlos Alberto, em Niterói, e formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro em 1906.

Sua carreira - a qual importa menos que sua decisiva e influente obra - resume-se no exercício de professor de 'Direito Criminal, na Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro, (não é a antigamente chamada Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil) em 1916, diretor do Fomento do Estado do Rio de Janeiro (1926), membro do Conselho Consultivo do mesmo Estado (1931), consultor jurídico do Ministério do Trabalho (1932), membro da Comissão Especial para rever a Constituição Federal, membro do Tribunal de Contas da União, sócio benemérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras. Nesta última foi eleito por 19 votos em 1937, vaga de seu conterrâneo Alberto de Oliveira, e recebido a 20 de julho de 1940. Demorou três anos para tomar posse, o que parece ter sido um sinal de timidez, que não revela na obra, audaciosa, autoritária, especulativa e defensora intransigente dos privilégios da classe dominante.

A personalidade

Pessoalmente, Oliveira Viana era tímido, reservado, discreto, austero, grave, e não revelava nenhum sinal aparente pela enorme contradição de, sendo um mulato, defender o arianismo, favorecer o embranquecimento da população brasileira e desprezar negros, índios e mestiços.

Era um mulato róseo, muito bem trajado, muito limpo, muito calmo, sereno, que defendia suas teses com lucidez, argúcia e calma. Nunca o vi exaltar-se e sempre mantinha a voz no mesmo tom sereno, convencido da sua verdade, da grande verdade que guardava na sua inteligência, na sua cabeça, no seu coração.

História da História do Brasil. Volume II Tomo 2  – A metafísica do latifúndio: O ultra-reacionário Oliveira Viana - Página 19 - Thumb Visualização
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