A vida do Visconde do Uruguai (1807-1866) (Paulino Soares de Souza)

volumosa e aborrecida, para a Bibliotheca. Ahi vai a que não mandei e mais pequena. Vê se queres guardar algum e rasga o resto. Vão 2 volumes grandes escriptos pelo Duarte da Ponte Ribeiro, bons e exactos, huma Memoria sobre a Guyana Franceza, boa, e outra por Leverger, notavel. Não pretendo mais occupar-me d'esses assumptos. Se o quizeres, guarda-os. Trato de simplificar-me o mais possivel. Teu Páe e a.° do C. V. do Uruguay." O outro bilhete era ainda mais lacônico: "Meu filho e am.°. Remetto: Mappa por Luiz de Albuquerque de Mello Per.ª e Caceres, configurando os territorios de Matto Grosso e Goyaz, e confins com os Dominios Hespanhóes etc. etc. copiado no Archivo Militar em 1848. Carta topographica de la Provincia del Rio Grande de Sud por. el Coronel de Ingineros José Maria Reyes (mui habil). Feitos à mão. Teu Páe e a.° do C. — V. do Uruguay."

As poucas palavras destes dois bilhetes, no entanto, quantas recordações não lhe deviam ter trazido! Ponte Ribeiro, Leverger, Caceres e Reyes! Guiana Francesa, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Domínios Espanhóis! Tudo isso, enfim, era ainda uma sombra do momento mais intenso de sua vida. O melhor do seu eu fora mesmo dedicado a essas questões. Reyes, com sua carta, relembrava-lhe os limites do Rio Grande do Sul, Quaraim, Santana, Jaguarão, Lagoa Mirim e Chuí. Leverger, com sua notável memória, e Cáceres, com seu mapa, eram os limites que, desde 1843, tentara com o velho Lopez, e ainda em 50, 51 e 53 pretendera terminar. Ponte Ribeiro, com suas memórias secretas, era uma recordação viva da política do Rio da Prata, numa época de indecisão, e dos limites de uma extensão imensa do territotório do Império, que o então Senhor Paulino imprimira definitivamente a feição, afastando para sempre o Tratado de Santo Idelfonso e assegurando, nos dois primeiros

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