História da formação da sociedade brasileira. D. João VI e o início da classe dirigente do Brasil; depoimento de um pintor austríaco no Rio de Janeiro

os turistas seguir pela velha estrada à margem do Paraíba.(4) Nota do Autor Esta variante requeria, entretanto, organizar numerosa tropa para o transporte do excursionista e de sua bagagem, empresa nem sempre fácil em certos momentos do ano. Tudo dependia das qualidades do recoveiro, e os que havia acaso disponíveis deixavam muito a desejar. Os melhores estavam naturalmente empenhados no transporte de gêneros por conta própria ou a serviço de firmas comerciais, disponível apenas o rebotalho que ninguém queria empregar. O problema inicial já complicava as dificuldades da viagem e tornava qualquer visita à Pauliceia arriscada aventura. Os franceses foram dos poucos artistas sob D. João VI a repetir a façanha, contentando-se o contemporâneo Rugendas e demais pintores em trânsito pelo Rio, em reproduzir paisagens do litoral sem se arriscarem no interior.

Exclusão feita dos acima referidos, os outros, tampouco, apresentam documentação iconográfica desenvolvida a nosso respeito. Os desenhos de Pallière se perderam ou jazem ocultos em algum arquivo impenetrável; escassas ilustrações ocorrem nas obras de Mawe e de Henderson, mostrando-se Chamberlain pouco mais abundante, recorrendo muitos nas estampas que publicaram, a desenhos colhidos com máxima desenvoltura em trabalhos alheios como adiante veremos. Igualmente acerca dos cientistas austro-alemães, apenas se sabia de algumas ilustrações originais dos atlas de suas expedições, apenas 50 o total das publicadas nos das viagens de Martius, príncipe de Wied e Pohl. Repentinamente, caprichoso acaso descortinou quando menos se esperava, enorme acervo de ilustrações sobre o reinado de D. João VI, da lavra de cuidadoso observador, verdadeiramente providencial para o estudioso dessa época decisiva em nossos destinos.

Certa vez, tivemos oportunidade de presenciar depois da guerra de 1914, a comunicação do médico Adolfo Lindenberg a um amigo acerca da descoberta que fizera na Europa. Tratava-se nada menos que do tal acervo, composto de desenhos feitos no Brasil de 1817 a 1818. A notícia despertou, como era de esperar, alvoroço entre os interessados em documentação sobre história pátria, de que veio à luz artigo de Aureliano Leite no Diário Nacional de S. Paulo, enaltecedor da descoberta.

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