Agonia e Morte do Marechal Deodoro
Ressentimento contra seus camaradas do Exército - Ao mar as fardas e condecorações - Intervenções nos Estados - Prisões dos "sobrinhos do tio" - Revolta das fortalezas - Silvino de Macedo exige a volta de Deodoro ao poder - O manifesto dos generais - Reação de Floriano Peixoto - A manifestação ao ex-presidente - O último passeio de Deodoro - Delírio do marechal - A morte do proclamador da República - A família recusa as honras de chefe de Estado - Floriano no enterro - Homenagens do Congresso - Uma frase de Campos Sales que poderia servir como epitáfio.
DEIXANDO O GOVERNO, em tão dramáticas circunstâncias, Deodoro não dissimulava o seu profundo ressentimento, especialmente em relação aos militares, dos quais se fizera o campeão intrépido durante os últimos anos do Império. Recolheu-se a uma casa da Rua Riachuelo, o estado de saúde mais e mais agravado, tanto pela marcha inexorável da moléstia, como pelo traumatismo moral que viera de sofrer. O Dr. Joaquim Murtinho, seu médico assistente, dividia suas responsabilidades com o Dr. José Félix da Cunha Meneses, que no governo de Deodoro exercera o cargo de presidente da Intendência Municipal e que, como ele, fizera a campanha do Paraguai. D. Mariana da Fonseca era a enfermeira dedicada e atenta, passando as longas noites de vigília ao pé do marido, confortando-o em suas dispneias. Enojava-se Deodoro de ter sido militar, de haver sacrificado toda a sua vida à carreira das armas, para ao fim de tudo receber como prêmio a ingratidão e a indiferença. Parecia-lhe normal a superação dos seus poderes constitucionais, para dissolver o Congresso da República, sem despertar o seu gesto reações ou protestos. Ficarem os seus antigos companheiros de braços cruzados, deixarem-no ir-se como se fora, sem exigir, sem impor sua permanência no governo, e irem mesmo ao